terça-feira, 3 de abril de 2012



A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vota até o início deste mês - segundo previsão da coordenação de energia solar fotovoltaica do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia do RN (Cerne) - dois regulamentos que prometem incentivar a geração e o consumo de energia solar no país. A regulamentação, que já está pronta, libera a instalação de pequenas centrais geradoras de energia elétrica (com potência instalada menor ou igual a um Megawatt (MW) em empresas e residências e concede maior desconto para quem instalar usinas de energia solar com até 30 MW. Com a homologação, o brasileiro poderá instalar placas solares fotovoltaicas e transformar radiação solar em energia elétrica, economizando na conta de energia.
Embora a Aneel prefira não fixar uma data para a homologação, várias empresas nacionais e estrangeiras estão de olho neste movimento. Para especialistas, o Rio Grande do Norte pode se destacar em relação à geração de energia solar, a exemplo do que ocorreu com a energia eólica.

O estado está entre os três com maior índice de radiação solar do país. O potencial do estado (radiação solar de 780 a 800 watts por metro quadrado) é cinco vezes maior que o da Alemanha, um dos países que mais produzem energia solar no mundo. Vários investidores já demonstraram interesse em aportar capital no RN. Só em março, três empresas procuraram o governo do estado - a Vector Tecnhology, a Solsonica e a Braxenergy, que anunciou a instalação de duas usinas solares, uma fotovoltaica (que usa placas solares) e uma CSP (que usa concentradores de energia) e de uma fábrica. As duas usinas projetadas pela companhia, com capacidade instalada de 30 MW cada uma, serão instaladas nos municípios de Mossoró e Itajá, que também receberá uma 'green house', espécie de estufa para produção de alimentos. A expectativa é que fiquem prontas em 2013, caso o Ministério de Minas e Energia realize leilões para energia solar este ano.

A Bioenergy, uma das primeiras a investir em eólica no país e a primeira a comercializar energia eólica no mercado livre, já mede a radiação solar em dois municípios potiguares. A empresa, que já inaugurou dois parques eólicos e vai instalar mais cinco no estado nos próximos três anos, vai dar entrada nas licenças ambientais nos próximos dias para os projetos de energia solar. A expectativa é começar a instalar as usinas até o final do ano. O investimento total chega a R$ 600 milhões, segundo Sérgio Marques, presidente da Bioenergy. Juntas, as centrais, que serão conectadas a rede, poderão gerar até 100 MW de energia - 100 vezes mais do que é gerado pela única usina de energia solar conectada a rede do país, instalada no Ceará. A energia solar representa hoje 14% da capacidade de geração dos projetos da companhia.

A Elios Soluções, empresa que atua no segmento de energia solar há dez anos, é parceira de três grandes grupos internacionais e está presente em seis estados brasileiros, também busca parceiros para instalar dois centros de distribuição e serviços no país. Diogo Azevedo, diretor

comercial da empresa, ainda procura um local para investir, mas garante: "se optarmos pelo Nordeste, escolheremos o Rio Grande do Norte". De acordo com Jean Paul Prates, ex-secretário de Energia do estado e atual diretor-geral do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia do RN, há pelo menos outros cinco projetos 'no gatilho', aguardando a regulamentação do setor.

Até a Petrobras elegeu o RN para instalar sua primeira usina de energia solar conectada a rede. O projeto, inscrito num dos Programas de Pesquisa e Desenvolvimento Estratégico da Aneel, prevê a instalação de uma usina capaz de gerar 1MW, em Alto dos Rodrigues. O investimento é de R$ 21,2 milhões. As informações foram repassadas pela direção de Gás e Energia da estatal à rádio CBN e confirmadas pela agência reguladora. Só estes quatro projetos representam um investimento total de R$ 903,1 milhões.

Fonte: Tribuna do norte

Nenhum comentário:

Postar um comentário