quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Políticas Públicas e Sustentabilidade



Diferentemente de um passado não muito distante, onde o cuidado ambiental era tratado como freio ao crescimento da produção, no mundo de hoje, cada vez mais estas preocupações ganham espaço nas diversas esferas da sociedade.
As empresas e seus gestores discutem cada vez mais abertamente o tema desenvolvimento sustentável e a importância do mundo corporativo nesse cenário. A preocupação em buscar sistemas de gerenciamento que não causem impactos socioambientais é fundamental para as organizações alcançarem suas metas presentes, com visão comprometida às gerações futuras. Em outras palavras, é preciso consumir responsavelmente no presente sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das gerações futuras.
No Brasil, sobretudo após a promulgação da Constituição de 1988, criaram-se condições para a descentralização da formulação de políticas, permitindo que estados e municípios assumissem uma posição mais ativa nas questões ambientais locais e regionais.
Com isso, políticas e práticas sustentáveis já fazem parte do cotidiano gestor e da realização dos negócios nos mais variados setores da economia.
No setor privado, este grupo é ainda pequeno. Muitas empresas se dão por satisfeitas ao realizar trabalhos junto a pessoas carentes e praticar o assistencialismo, como forma de demonstrar a sociedade que são socialmente responsáveis. Ser socialmente responsável é muito mais do que isso.
Para alcançar o desenvolvimento sustentável precisa reconhecer que os recursos naturais são finitos.
Em que pese a crescente preocupação com um crescimento alinhado ao triple bottom line, ainda hoje o crescimento econômico está associado a um gráfico crescente do consumo de energia e recursos naturais. Esse tipo de crescimento é insustentável porque leva ao esgotamento desses recursos naturais.
Para tanto, é necessária a criação de um pensamento sistêmico onde haja responsabilidade dos organismos governamentais na implantação de políticas públicas que favoreçam o desenvolvimento social, econômico e ambiental da iniciativa privada.
A busca de qualidade de vida é o diferencial a ser almejado, portanto, a implantação de práticas e políticas de sustentabilidade nas empresas é de altíssimo valor agregado em um mercado cada vez mais competitivo e atendo aos movimentos sociais, econômicos e ambientais.
Entretanto, este diferencial competitivo ainda não fomentou a obrigatoriedade legal de qualquer setor para a implantação das práticas de Responsabilidade Social Corporativa.
Evidentemente, o que se busca com a cobrança da sociedade — composta por consumidores de produtos e serviços de empresas e setores econômicos, é justamente um alinhamento entre poder público, iniciativa privada e sociedade civil em prol de um modelo de crescimento pautado em políticas públicas focadas no desenvolvimento sustentável, que efetive o discurso, por vezes vazio, de Responsabilidade Social Corporativa.
Não é possível pensar em sustentabilidade nas organizações se não houver o suporte de políticas públicas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário