Este 5 de setembro marca o Dia Mundial da Amazônia, data escolhida
por ter sido nesse dia, em 1850, que a Lei n. 582 criou a Província do
Amazonas, separando a região da então Província do Pará. Trata-se da
maior floresta tropical úmida do planeta, com cerca de 5,5 milhões de
quilômetros quadrados distribuídos por nove países: Brasil, Peru,
Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana
Francesa.
Mais de 3 milhões dessa área estão em território
brasileiro, nos estados de Amazonas, Rondônia, Roraima, Mato Grosso,
Tocantins, Amapá, Acre, Pará e parte do Maranhão. A Floresta Amazônica é
o bioma mais extenso do mundo e ocupa metade do Brasil. A região é
composta por uma biodiversidade única, distribuída por diversos tipos de
ecossistemas.
A Amazônia conta com 40 mil espécies de plantas
catalogadas, mas a biodiversidade é tanta, que milhares de espécies
sequer foram reconhecidas. Também é neste bioma que encontramos a maior
variedade de aves, primatas, roedores, répteis, insetos e peixes de água
doce do planeta. Para se ter uma ideia, um quarto da população de
macacos do mundo está na Amazônia. Além dos primatas, são mais de 300
espécies de mamíferos, como a onça-pintada, a ariranha e o bicho
preguiça. A floresta abriga cerca de 3 mil espécies diferentes. A região
também é rica em peixes ornamentais, que são comercializados para ser
criados em aquários.
"Pulmão do mundo"
A importância da
Floresta Amazônica vai muito além dos países nos quais ela está inserida
geograficamente, segundo os especialistas. Entre as razões-chave para o
mundo tudo preservá-la, destacam-se as seguintes:
- A floresta
exerce papel fundamental no ciclo de carbono que influi na formação do
clima mundial. Apenas para se ter noção, dos cerca de 200 bilhões de
toneladas de gás carbônico absorvidos por vegetação tropical em todo o
mundo, 70 bilhões são armazenados pelas árvores amazônicas. Atualmente,
estima-se que a Amazônia absorva cerca de 10% das emissões globais de
CO2 oriundos da queima de combustíveis fósseis.
- A região
amazônica deverá agir como um "ponto de inflexão" para o clima global.
Segundo estudo divulgado em fevereiro de 2010 por cientistas da
Universidade de Oxford, do Instituto Potsdam e de outros centros de
pesquisa, a Floresta Amazônica é a segunda área do planeta mais
vulnerável à mudança climática depois do Oceano Ártico. A ideia central é
que o aumento do desmate deve gerar um ciclo vicioso: a grande redução
na área da floresta geraria um aumento significativo nas emissões de
CO2, que por sua vez elevariam as temperaturas globais, que assim
causariam secas.- A biodiversidade gigantesca do bioma, que ainda faz dele o mais rico do mundo em recursos naturais.
Situação atual
A
Floresta Amazônica está distribuída em diversos tipos de ecossistemas,
das florestas fechadas de terra firme, com árvores com 30 a 60 metros de
altura, às várzeas ribeirinhas, aos campos e aos igarapés. Devido a
essa riqueza e biodiversidade, o extrativismo vegetal tornou-se a
principal atividade econômica da região, e também o principal foco de
disputa entre nativos, governo e indústrias nacionais e internacionais.
Ao todo, são mais de 200 espécies diferentes de árvores por hectare que
são foco direto do desmatamento, principalmente as madeiras nobres, como
o mogno e o pau-brasil.
Mais de 60% da área já desmatada na
Amazônia foram transformados em pastos, segundo levantamento divulgado
na sexta-feira, 2 de setembro, pelo Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe). Dos 720 mil quilômetros quadrados de florestas
derrubados até 2008 (uma área equivalente ao tamanho do Uruguai), a
maior parte foi convertida para a pecuária (62,1%).
Em 21% da área
desflorestada, o Inpe e a Embrapa registraram vegetação secundária,
áreas que se encontram em processo de regeneração avançado ou que
tiveram florestas plantadas com espécies exóticas. Essas áreas, segundo
Gilberto Câmara, do Inpe, poderão representar oportunidades de ganhos
para o Brasil nas negociações internacionais sobre mudanças climáticas,
porque funcionam como absorvedoras de dióxido de carbono (CO2), um dos
principais gases de efeito estufa.
Países amazônicos e Rio+20
Representantes
dos sete países membros da região amazônica estiveram reunidos na
quinta-feira, 1º de setembro, a fim de estabelecerem entendimentos para
fechar uma posição a ser levada à Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que será realizada em junho de
2012, no Rio de Janeiro.
O encontro em Brasília também serviu para
definir uma pauta comum de cooperação pela preservação do bioma.
Promovida pela Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), a
reunião de coordenação da agenda ambiental objetivou a troca de
experiências e intercâmbio entre as diferentes políticas para o setor.
Os
países amazônicos aprovaram uma recomendação em prol do engajamento dos
estados integrantes da OTCA na preparação da Rio+20. Para o diretor do
Departamento de Articulação de Ações para a Amazônia, Mauro Pires, que
abriu o encontro, "a ideia é buscar o alinhamento das distintas agendas
ambientais dos países que fazem parte da Amazônia". O secretário geral
da OTCA, Embaixador Alexandro Gordilho, ressaltou a importância de
sistematizar as informações e os mecanismos de coordenação das
autoridades de meio ambiente do tratado.
Fonte: MSN Entreitenimento
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